As pálpebras tem a função de proteger o globo ocular. Possui um anexo, conhecido como glândula lacrimal. A seguir, apresentaremos sua anatomia e funcionamento.
Cada pálpebra está recoberta por pele delicada em sua superfície externa. Esta possui folículos pilosos e algumas glândulas sebáceas e sudoríparas. A derme é geralmente de textura frouxa. Nos indivíduos caucasianos, o tecido subcutâneo quase não contém gordura. A queratina da epiderme vai-se adelgaçando paulatinamente, à medida que a pele se aproxima da borda livre da pálpebra; nesse nível, continua-se com o epitélio da conjuntiva pálpebral, o qual, como já dissemos, reveste a face interna (ou posterior) da pálpebra.
Cada pálpebra é reforçada por uma placa de tecido conjuntivo denso, a placa tarsal (ou tarso pálpebral). Situa-se na parte posterior da pálpebra, de modo que a conjuntiva palpebral reveste sua face posterior. Na placa tarsal estão incluídas as porções secretoras das glândulas sebáceas complexas, longas, dispostas verticalmente, e denominadas glândulas de Meibômio.
Estas se abrem na parte posterior da borda livre da pálpebra. No caso de infecção de uma dessas glândulas, a pálpebra apresenta uma inflamação dolorosa do tamanho e forma de uma ervilha.
Anatomia das pálpebras
Debaixo da pele que reveste a superfície anterior da pálpebra existem feixes de fibras musculares estriadas correspondentes aos músculos orbicularis oculi. Entre os feixes passam algumas fibras colágenas da aponeurose do músculo elevador da pálpebra, que se inserem na pele da mesma.
Outras fibras colágenas se unem à placa do tarso. Outras, finalmente, continuam até a borda da pálpebra, adiante da placa. Esta lâmina de tecido conjuntivo vai se tornando mais frouxa à medida que se aproxima da borda palpebral, a qual alcança, constituindo a linha cinzenta, de certa importância como ponto de referência cirúrgico.
Os folículos pilosos dos cílios têm direção oblíqua, voltando-se para diante quando se aproximam da superfície. Encontram-se dispostos em três ou quatro fileiras, imediatamente na frente da linha cinzenta. Têm glândulas sebáceas anexas, denominadas glândulas de Zeis. Entre os folículos situam-se as glândulas sudoríparas de MolI. A infecção de qualquer dessas glândulas produz um “terçol”.
Glândulas lacrimais
As lágrimas são produzidas pela glândula lacrimal e diversas pequenas glândulas acessórias. A glândula lacrimal situa-se na borda súpero-externa da órbita óssea. A borda lateral do músculo elevador da pálpebra divide-a em dois lóbulos, um orbitário profundo e outro palpebral superficial.
Existe pouco menos de uma dúzia de canais que drenam a glândula para a fórnix superior. Para ali chegar, a maioria dos canais provenientes do lóbulo orbitário tem de atravessar o lobo palpebral. Ao longo de ambos os fundos de saco (fórnices) há disseminadamente pequenas glândulas lacrimais acessórias chamadas glândulas de Krause.
O seu número é maior na fórnix superior. Na carúncula existem glândulas ainda menores. É interessante notar que o olho pode conservar-se em bom estado muito embora esteja ausente a glândula lacrimal. Isto permite supormos que a função desta seja a de suprir um volume maior de lágrimas em circunstâncias especiais.
Anatomia das glândulas lacrimais
As glândulas lacrimais desenvolvem-se a partir da conjuntiva. São do tipo túbulo-alveolar composto e serosas. As células secretoras têm forma cilíndrico-piramidal. Encerram gotículas de gordura e grânulos de secreção. As unidades secretoras são circundadas por células mio-epiteliais situadas por dentro da membrana basal.
A secreção das glândulas lacrimais é ligeiramente alcalina. Além de diversos sais, possui uma enzima bactericida geralmente denominada lisozima. As lágrimas, distribuídas uniformemente sobre a córnea e a conjuntiva devido aos movimentos das pálpebras, mantêm úmida a superfície de ambas.
Como já assinalamos, isto é de grande importância. Fluxos copiosos de lágrimas servem para lavar os sacos conjuntivais e a córnea livrando-os de partículas estranhas.
Drenagem das lágrimas nas pálpebras
Nas margens livres de cada pálpebra, próximo à sua extremidade interna, encontra-se uma pequena elevação denominada papila lacrimal. No ápice desta existe uma pequena abertura, visível à vista desarmada, que se chama ponto, que se continua com o canalículo lacrimal.
E este um pequeno conduto que primeiro atravessa a pálpebra e se dirige para a linha média a fim de se unir com o da outra pálpebra numa pequena ampola situada por fora de- uma estrutura denominada saco lacrimal. Este se continua por intermédio do canal nasolacrirnal que se abre na superfície externa do meato nasal inferior.
Seguindo esse caminho, as lágrimas são drenadas, de forma mais ou menos contínua, para o nariz. Ocorrendo um bloqueio em qualquer nível desse sistema, as lágrimas (até mesmo sendo a secreção normal) escorrem pela face. Os pontos e os canais lacrimais são revestidos por epitélio pavimentoso estratificado não quarantinizado.
O saco lacrimal e o canal nasolacrimal estão forrados por duas camadas de epitélio cilíndrico que contém células caliciformes. A papila lacrimal é rica em elastinas.
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