Sangue Humano | Fator RH | Tipos de Sangue | Função | Resumo

O sangue é um fluido vermelho e opaco que circula pelos vasos sanguíneos. É o meio de transporte pelo qual o organismo fornece a todos os tecidos o alimento e o oxigênio de que necessitam para o crescimento e a reparação de danos. A seguir aprenderemos tudo sobre os tipos de sangue, fator rh, histologia e funções em um resumo completo.

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A função do sangue no corpo humano

O sangue distribui as secreções ou hormônios produzidos pelas glândulas importantes do organismo, levando-os a todos os órgãos onde são necessários, a fim de que tais órgãos possam levar a cabo suas funções específicas.

Por outro lado, o sangue transporta os produtos de excreção dos tecidos, leva o dióxido de carbono aos pulmões, onde essa substância é liberada; o material restante é levado aos rins, a partir de onde se dá a eliminação para o exterior. Também ajuda a manter o corpo a uma temperatura uniforme e a conservar os outros fluidos corpóreos em estado de equilíbrio.

Quando o organismo é afetado por alguma doença, o sangue constitui a primeira linha de defesa contra a infecção, pela ação dos glóbulos brancos e de outras substâncias, chamadas anticorpos, que transporta aos locais atingidos. Outra função é prevenir qualquer aumento da acidez ou alcalinidade no organismo.



Composição do sangue humano

O sangue humano é composto de um fluido leve, cor de palha, chamado plasma, no qual encontram-se em suspensão os glóbulos vermelhos ou eritrócitos, os glóbulos brancos ou leucócitos e as plaquetas ou trombócitos.

Glóbulos vermelhos (eritrócitos)

Os glóbulos vermelhos são bicôncavos em forma de disco, tão pequenos que, numa gota de sangue do tamanho da cabeça de um alfinete, encontram-se uns 5 milhões dessas células, formadas na medula dos ossos. O número médio de glóbulos vermelhos, no homem, é de mais ou menos 5.000.000 por milímetro cúbico; na mulher é de mais ou menos 4.500.000.

O pigmento vermelho, chamado hemoglobina, constitui aproximadamente 95 % do glóbulo vermelho. Esse pigmento contém ferro e é responsável pela cor vermelho-brilhante que tem o sangue.



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O ferro torna possível a combinação da hemoglobina com o oxigênio dos pulmões, e a distribuição desta última substância por todo o organismo; quando a hemoglobina recolhe o oxigênio, a cor do sangue torna-se vermelha mais brilhante do que quando o sangue volta ao coração, após haver circulado por todo o corpo e após haver depositado o oxigênio nos outros tecidos.

A vida ativa desses glóbulos vermelhos é normalmente de 120 dias e, à medida que vão sendo destruídos, são substituídos por novas células produzidas pela medula dos ossos. Quando os glóbulos vermelhos velhos são destruídos, passam por um processo de ruptura altamente organizado.

O ferro da hemoglobina é armazenado no fígado, passa depois para a circulação geral e é devolvido para ser usado na produção de mais hemoglobina. As substâncias resultantes são transformadas pelo fígado em pigmentos biliares, sendo, na sua maior parte, excretadas nas fezes e na urina.



Glóbulos brancos (leucócitos)

Os glóbulos brancos consistem de vários tipos de células, classificadas em dois grupos principais: os granulócitos, que contêm grânulos, e os agranulócitos, que não contêm grãos.

Plaquetas (trombócitos)

As plaquetas sanguíneas são corpos incolores, de forma discoide ou irregular, muito menores do que os glóbulos vermelhos, atingindo cerca de 300.000 por milímetro cúbico de sangue.

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Servem primordialmente para obturar pequenas rupturas nos capilares (pequenos vasos sanguíneos), aglutinando-se no lugar da ferida e atuando como obstáculo intransponível até que o tecido cicatrize.

Embora o plasma privado de plaquetas também se aglutine, em geral, as plaquetas encontram-se nos locais feridos, onde descarregam uma substância chamada tromboplastina, que inicia o processo de aglutinação e coagulação.

Aprenda mais sobre as PLAQUETAS

Plasma sanguíneo

O plasma, que é a parte fluida do sangue, é composto de aproximadamente 90 % de água, 7 % de várias proteínas, e uma fração de vários tipos de sais e outras matérias-primas necessárias ao organismo.

Entre as proteínas estão a albumina, a globulina, o fibrinogênio e a protrombina, que, juntamente com os sais, têm grande significado na manutenção do balanço normal de água entre o fluido encontrado nos tecidos e o existente no sangue.



As proteínas exercem forte atração sobre a água, sendo capazes de reter moléculas dessa substância para substituir a água perdida pelos tecidos. Quando diminui a quantidade de proteínas do sangue, o equilíbrio aquoso é perturbado: maior quantidade de fluido escapa do plasma e localiza-se nos tecidos, causando inchação ou edema, o que, por vezes, é observado nas doenças renais.

A albumina é responsável, em grande parte, pela conservação do volume do sangue. O fibrinogênio é trabalhado por outro composto químico, uma enzima chamada trombina, sendo transformado em fibrina, essencial para a coagulação. A trombina é derivada de outra proteína encontrada no plasma sanguíneo, a protrombina.

Substancias transportadas pelo plasma sanguineo

Os vários sais minerais transportados pelo plasma são também essenciais para o bom funcionamento dos órgãos. Mesmo pequenas modificações no conteúdo de sais do sangue podem induzir o mau funcionamento de alguns tecidos; os mais facilmente afetados são os tecidos nervosos e musculares.

Entre as contribuições mais significativas na luta contra as doenças, encontram-se o uso da gamaglobulina, como ajuda no tratamento do sarampo e de outras doenças infecciosas, e a ação efetiva da espuma de fibrina, que é um derivado do fibrinogênio, como ajuda no tratamento de hemorragias.

O uso do plasma sanguíneo e a transfusão de sangue para controlar o choque, especialmente nos campos de batalha durante a Segunda Guerra Mundial, foi de grande ajuda para prolongar a vida até o momento em que se pudesse obter tratamento cirúrgico adequado, tendo sido responsável pela salvação de inúmeras vidas.

Tipos de sangue

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Em 1902, o médico e biólogo Karl Landsteiner (Áustria) estabeleceu a descoberta de que existiam mais de um tipo sanguíneo. Após pesquisas, conseguiu identificar que esse era o motivo por qual algumas transfusões davam errado e resultavam na morte do receptor.

A incompatibilidade de tipo sanguíneo era o motivo para isso. Foi aí que surgiu o conhecido método Landsteiner de classificação sanguínea. Os grupos sanguíneos classificados são:

  • Sangue tipo A;
  • Sangue tipo B;
  • Sangue tipo AB;
  • Sangue tipo O.

O tipo sanguíneo O pode ser considerado o doador universal, entretanto, só pode receber doações de tipo O.  Antes do paciente receber uma transfusão, é realizado um exame para comprovação do seu tipo sanguíneo e do sangue doador para que se comprove a compatibilidade.

Dessa forma, são combinadas amostras de glóbulos vermelhos e soro proveniente do receptor e doador, os quais passam por um exame em microscópio para posterior comprovação ou reprovação.

Transfusões de sangue

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Tabela de compatibilidade entre tipos sanguineos

O exame para comprovação de compatibilidade dos tipos sanguíneos é fundamental, pois caso sejam incompatíveis, os glóbulos vermelhos do sangue doado são rapidamente dizimados, num processo de desprendimento da hemoglobina, ficando solta na corrente sanguínea do indivíduo.

Essa hemoglobina solta passa a se decompor, posteriormente sendo eliminada através da urina. Entretanto, caso a urina esteja muito ácida, tais hemoglobinas não são absorvidas pelos rins, ficando retidas nos mesmos.

Isso acarreta em uma falha no funcionamento dos rins, podendo haver sérias consequências para o indivíduo, principalmente risco e vida. No caso de uma transfusão, outro elemento importante a ser considerado é o fator Rh.

Fator RH do sangue

Presente nos glóbulos vermelhos do sangue, o fator RH tem esse nome pois foi descoberto em 1940 por Landsteiner através de experiências com macacos Rhesus. Tais experiências foram realizadas por conta de algumas transfusões de sangue que acarretavam em acidentes sem explicação até então.

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Por volta de 85% da população possui fator Rh positivo; os outros 15% apresentam o fator RH negativo. Caso um indivíduo que tenha o tipo sanguíneo fator Rh negativo receba sangue de um doador fator Rh positivo, possa acontecer que desenvolva anticorpos.

Entretanto, caso posteriormente este mesmo indivíduo volte a receber novamente o sangue fator Rh positivo, possa ser que ocorra uma anemia hemolítica.  Esse tipo de anemia geralmente ocorre em crianças recém-nascidas, quando a mãe possui o sangue fator Rh negativa e o bebê Rh positivo.

O tratamento para essa anemia consiste em transfusão de sangue de fator Rh negativo ao bebe. Em casos extremos, o procedimento correto é a realização da total substituição do sangue original por um fator Rh negativo.

Exames podem determinar o tipo sanguíneo da criança antes de ser nascimento, para que possam ser tomados os cuidados cabíveis. Esse tipo de anemia acarreta cerca de 1 a cada 50 casos de casais onde a mulher tem fator Rh negativo e o homem fator Rh positivo.

O sangue humano no sistema circulatório