Timo – onde fica, função e anatomia da glândula

O timo é uma glândula presente no sistema imunológico do corpo humano. Sua principal função no organismo é atuar no regulamento da produção dos linfócitos T, células responsáveis pela defesa do organismo contra agentes patológicos.

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Características

O timo ocupa a porção do tórax imediatamente abaixo da porção superior do esterno. Sua porção superior estende-se para o pescoço. Cada um dos seus dois lobos assemelha-se a uma folha do vegetal a que deve sua denominação; dispõem-se lateralmente ao longo da linha mediana. Possui aparência semelhante a uma massa de tecido de cor acinzentada, larga e bilobulada.

Tamanho

Seu tamanho varia muito em relação à idade. É maior em relação às demais porções do corpo durante a vida fetal e nos dois primeiros anos de vida. A partir do segundo ano de vida, até a puberdade, continua a aumentar de tamanho, mas não tão rapidamente como as outras partes do corpo.

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Depois da puberdade começa a involuir (regredir) e, como consequência, paulatinamente toma-se menor até atingir as dimensões encontradas no indivíduo idoso. Por muitos anos o tamanho e o peso do timo normal na infância foram subestimados, provavelmente porque: as observações feitas não o foram em condições normais.

Explica-se pelo fato de que sérias doenças tendem a provocar a involução prematura do órgão. As crianças utilizadas nas observações haviam tido graves doenças no seu passado; os dados assim colhidos não correspondiam ao normal.

À época do nascimento, o timo normalmente tem de 10 a 15 gramas; na puberdade atinge 30 a 40 gramas para, a partir de então, declinar vagarosamente no seu peso.



Desenvolvimento

A partir de tubos de células epiteliais que desenvolvem-se do mesênquima, à altura do terceiro arco branquial, origina-se o timo. Esses tubos epiteliais rapidamente tornam-se cordões sólidos que, continuando a desenvolver-se, mergulham no tórax e perdem suas conexões com os pontos de origem.

Nesta fase, o tipo assemelha-se a uma glândula endócrina por ser composto por cordões epiteliais. Estes cordões proliferam e ramificam-se para originar os lobos e lóbulos; o arranjo epitelial começa então a alterar-se. Aqui e ali surgem pequenos aglomerados de células em torno a um ponto central, comparável a um bulbo de cebola, denominados corpúsculos de Hassal.

Outras células epiteliais (apesar de não estar ainda perfeitamente esclarecido o que acontece nesta fase) parecem dispor-se em malha frouxa (células com prolongamentos). Esta rede amplia-se e tende a invadir o mesênquima envolvente para originar os lóbulos. Algumas células mesenquimais originam a cápsula e os septos conjuntivos; outras, incorporam-se à malha celular que se formou e diferenciam-se em linfobiastos, fornecendo assim elementos mesenquimais para a fritura produção de linfócitos.

Outras funções da glândula

O timo não exerce nenhuma função de filtração. O parênquima não é apropriado para nele existirem vasos linfáticos; os que aí se encontram estão contidos no tecido conjuntivo dos septos e suas ramificações imediatas. Além disso, o timo não apresenta células plasmáticas em condições normais.



Além disso, o extrato obtido de timos normais não contém anticorpos. Diferentes pesquisadores obtiveram diferentes resultados com a remoção do timo em animais em crescimento. De uma maneira geral, não é aceito que o timo produza, normalmente, algum hormônio, tendo em vista tais resultados obtidos.

As relações com as glândulas endócrinas

O hormônio do crescimento da parte anterior e o hormônio tireoide estimulam o crescimento da glândula timo. Por outro lado, muitos hormônios esteroides – se quantidades suficientes estão presentes no sangue circulante – tendem a provocar a involução do timo.

O aparecimento de substanciais quantidades de hormônio sexual à época da puberdade é, provavelmente, um importante fator de involução observada nesta fase da vida. Acredita-se que a involução prematura da glândula, observada em crianças que sofrem doenças graves ou outras formas de “stress”, é causada pela hipersecreção do córtex adrenal (que elabora hormônios esteroides) induzida pela doença ou pela condição de “stress”.

A deficiência de hormônio adrenocortical ou sexual em um animal, causada pela extirpação das glândulas responsáveis por sua secreção, está relacionada com a hipertrofia da glândula timo. Falando genericamente, parece provável a relação recíproca entre a quantidade de hormônios esteroides em circulação e o tamanho do timo.

Estrutura microscópica do timo

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Cada lobo do timo é envolvido por uma espessa cápsula de tecido conjuntivo que se estende para o interior do órgão sob a forma de septos, dividindo os lobos em lóbulos que têm aproximadamente 1 a 2 mm. de diâmetro.

Os septos, penetrando no órgão, anastomosam-se sem, contudo, isolarem completamente cada lóbulo (apesar da aparência fazer-nos acreditar o contrário, em um corte comum); desta maneira, o tecido tímico de cada lóbulo continua, na parte mais central, com os circunjacentes lóbulos. Os linfócitos tendem a concentrar-se na periferia de cada lóbulo, por isso denominada córtex; a porção mais central do lóbulo, não contendo tantos linfócitos, é denominada medula.

Sendo os linfócitos mais concentrados na periferia dos lóbulos do timo, somente nas porções voltadas para a cápsula ou para os septos, sabendo-se que os lóbulos não são completamente envolvidos por tecido conjuntivo, cada lóbulo apresentará uma porção pobre em córtex ao nível da qual a medula do lóbulo é contínua com o tecido medular de outros lóbulos.

 

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