Placenta – Função e anatomia – O que é placenta?

A placenta é um órgão que se desenvolve durante a gravidez, no revestimento do útero. Quando completamente desenvolvido tem a forma de um bolo achatado (placenta = bolo), com aproximadamente de 15 centímetros de diâmetro e 3 de espessura.

placenta-humana



Como veremos desenvolve-se parcialmente de material fetal e parcialmente de material materno. A função primária a placenta é permitir que substâncias dissolvidas no sangue do feto difundam para o sangue materno e vice-versa.

A sua estrutura é tal que permite que isto ocorra numa área muito grande. Em condições normais não há mistura do sangue fetal com o sangue materno, pois não há contato direto entre eles. Em realidade eles estão separados pelo que se chama de barreira placentária e que é, como veremos, uma membrana composta de vários tecidos.

Função da placenta

Através da placenta, alimento e oxigênio dissolvidos no sangue materno difundem através da barreira placentária para o sangue fetal e desta maneira, vida e crescimento são mantidos até o nascimento do feto. Do mesmo modo, produtos do catabolismo fetal atravessam a barreira placentária para o sangue materno e serão eliminados pelos órgãos excretores maternos.



O sangue passa livremente do feto para a placenta através dos vasos do cordão umbilical, estrutura esta que une o feto à placenta, durante a gravidez. Durante o nascimento o feto é eliminado do útero, ainda em conexão por meio do cordão umbilical à placenta.

Essas funções poderão ser resumidas como sendo as seguintes:

  • Nutrição do embrião, particularmente e com relação ao seu metabolismo de carboidratos, gorduras, proteínas, água e sais que passam, por difusão, do sangue materno ao sangue fetal;
  • Respiração, passando oxigênio do sangue materno ao sangue fetal e gás carbônico em direção inversa;
  • Excreção de metabolitos e substâncias derivadas do catabolismo fetal;
  • Como uma barreira para substâncias em forma de partículas, como bactérias, apesar de que algumas macromoléculas como anticorpos e vírus poderem atravessar a barreira placentária;
  • Síntese de estrogênio, progesterona e gonadotrofina coriônica ou placentária. Enzimas com ação local, por exemplo, aquelas associadas com a digestão do endométrio materno também são formadas na placenta.

Estrutura da placenta

A estrutura mais importante da placenta é a vilosidade corial. A vilosidade primária é compacta, formando um tufo, com a sua base presa e originando-se do cório e sua extremidade presa à decídua. No fim do 2°  mês formam-se ramificações das extremidades das vilosidades, muitas das quais, posteriormente, fundem-se com ramificações de vilosidades adjacentes, criando urna verdadeira estrutura esponjosa.



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É duvidoso se tal fusão permite anastomoses entre vasos sanguíneos fetais que encontramos no eixo dessas vilosidades. Porém, o citotrofoblasto das extremidades das principais vilosidades se fundem formando um revestimento contínuo placentário, para a superfície corroída da descídua basal.

Na placenta humana completamente formada existem geralmente de 8 a 15 grandes vilosidades, cada qual formando com seus vários ramos os chamados cofilédones fetais ou lóbulos fetais. As vilosidades têm, todas, a mesma estrutura histológica.

Vilosidades da placenta

Em cada vilosidade existe um capilar sanguíneo fetal, forrado por um endotélio típico, com seus núcleos endoteliais fazendo saliência para o lúmen. Este capilar encontra-se no tecido conectivo frouxo que forma o eixo dessa vilosidade. Neste eixo encontram-se algumas fibras musculares lisas.



O espaço interviloso

O espaço interviloso da placenta desenvolve-se rapidamente tomando-se um enorme seio venoso limitado de um lado pelo corion (placa coriônica) e do outro pela placa basal. Este espaço desenvolve-se como uni labirinto, pois as vilosidades se ligam entre si, limitando assim espaços nas várias direções.

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O seio marginal é o prolongamento marginal deste espaço subcorial na periferia da placenta e tem forma circular, quando visto de frente. O sangue materno entra no espaço interviloso através de várias centenas de arterfolas que atravessam a decídua basal, havendo várias dessas arteríolas em cada cotilédone.

O sangue drena para numerosas veias que se abrem em toda a superfície da placa basal. A pressão do sangue materno impele o sangue que entra no espaço interviloso em direção ao espaço subcorial.

Após banhar as vilosidades este sangue venoso flui de volta através dos orifícios venosos situados na placa basal. A contração do miométrio, e o pulso fetal nas vilosidades ajudam essa circulação.

Ancoragem da placenta

Um problema ainda não resolvido é o mecanismo pelo qual a placenta se prende ao útero: A associação de material fetal e materno em degeneração na zona de junção, junto com a presença de substância fibrinóide (membrana de Nitabuch).

Isso já foi anotado, mas realmente não serve para a placenta se prender ao útero, pois é aí que ocorre a separação durante o trabalho de parto.

Provavelmente o mecanismo principal que mantêm a placenta no seu lugar é a pressão. O saco coriônico durante a gravidez apresenta-se relativamente tenso e já no início da gravidez ocupa-o completamente, obliterando a cavidade uterina.



O crescimento do saco coriônico e seu conteúdo requer que o útero cresça para acomodá-lo; a consequência disso é que o útero hipertrofia com processos de hipoplasia ocorrendo no miométrio durante a gravidez. A pressão assim desenvolvida impede qualquer tendência que teria a placenta de se mover em relação à parede uterina.

Modificações com a idade

Na placenta, algumas das modificações com a idade, por exemplo o adelgaçamento da barreira placentária e o virtual desaparecimento do citotrofoblasto e a formação do fibrinóide.

A principal característica do processo de envelhecimento de uma placenta normal é o lento mas progressivo adelgaçamento do sincício, um espessamento gradual das paredes dos vasos sanguíneos fetais nas vilosidades de uma conversão progressiva do mesoderma do estroma das vilosidades fetais do tipo gelatinoso para o tipo de tecido fibroso areolar do adulto.

Estas modificações são aceleradas em casos de hipertensão e toxemia.

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