Útero humano – Anatomia e funções – Endométrio

O útero é um órgão muscular com uma cavidade interna, com paredes espessas, destinado a colher o óvulo fecundado, a favorecer e proteger seu desenvolvimento até a maturidade completa e, por fim, expeli-lo no momento do parto. É formado pelas camadas serosa, miométrio e endométrio.

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Características

O útero está situado acima da vagina, atrás da bexiga e diante do intestino reto, tendo em seus lados as trompas e os ovários. Tem o formato de uma pera achatada da frente para trás, com a base livre para o alto e o ápice truncado para baixo, encaixado na parte superior da vagina.

Um tanto embaixo da metade da altura, há um estreitamento circular, chamado istmo do útero, que divide o próprio órgão em duas porções, uma superior e mais volumosa, denominada corpo do útero e uma inferior e menos volumosa, colo do útero ou cérvix, de forma cilíndrica, à qual se segue, abaixo, a vagina.

Anatomia do útero

A porção do colo do útero que se intromete ria parte superior da vagina é chamada focinho de tenca ou portio (porção): tem forma de cone, com a base para o alto e o ápice para baixo, apresentando um orifício, o orifício uterino externo, com forma de fissura transversal, que põe em comunicação a cavidade interna do útero com a vagina.



A cavidade interna é diferente no corpo e no colo. A do corpo tem forma triangular; na parte mais elevada, apresenta dois orifícios laterais que põem em comunicação o útero e as trompas. A cavidade do colo, chamada canal cervical, tem forma cônica, terminando abaixo com o orifício uterino externo que a faz comunicar-se com a vagina.

A cavidade interna do útero é revestida de uma delgada membrana mucosa denominada endométrio (do grego métra, útero). A parte essencial do útero é formada de fibras musculares (miométrio) que se entrelaçam em todos os sentidos e são desenvolvidas especialmente na parte alta do corpo do útero, isto é, na porção onde se processam as contrações para o parto.

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Por fim, o útero está revestido externamente de uma delicada membrana, chamada perimétrio.

Corpo e fundo do útero

A parede do útero tem uma espessura que varia de 1,5 a pouco menos de 1 centímetro. É constituída de três camadas, que são, de fora para dentro:

  • Uma delgada túnica serosa ou serosa;
  • Uma espessa camada muscular ou miométrio;
  • Uma membrana mucosa ou endométrio.

Camada serosa

A serosa – na realidade o revestimento peritoneal do útero – consiste de uma simples camada de células mesoteliais que repousam numa fina lâmina de tecido conjuntivo. Continua-se de cada lado do órgão com o peritônio do ligamento largo, faltando somente na metade inferior da superfície anterior.

O miométrio

O miométrio é constituído de feixes de fibras musculares lisas, separadas entre si por tecido conjuntivo. Os feixes são dispostos em três túnicas mal definidas. As túnicas externa e interna são delgadas, formadas sobretudo por fibras dispostas longitudinal e obliquamente.



A camada ou túnica média é muito mais espessa. As fibras musculares lisas que a compõem tendem a se orientar circularmente. Os vasos sanguíneos mais calibrosos da parede do útero situam-se principalmente nesta camada média.

Daí, ser a mesma chamada, por vezes, camada vasculosa (stratum vasculare). As fibras musculares lisas dessa túnica, no útero da mulher não prenhe, medem aproximadamente 0,25 milímetro de comprimento. Elas se tornam dez vezes mais longas e muitas vezes mais espessas durante a gestação.

O grande aumento na espessura do miométrio durante a gravidez é devido, não somente a uma hipertrofia das fibras previamente existente, mas também a um aumento do número de fibras; as novas fibras com toda a probabilidade são derivadas tanto da divisão de fibras pré-existentes, como da transformação de células indiferenciadas do tecido conjuntivo localizado entre os feixes, em células musculares lisas.

Endométrio

O endométrio, ou membrana mucosa que recobre o corpo e fundo do útero, consiste de uma camada epitelial e de uma lâmina própria de tecido conjuntivo, que se continua com o miométrio.

Geralmente, a lâmina própria é denominada estroma endometrial. Daqui por diante, empregaremos tal denominação. O estroma é percorrido por glândulas tubuliformes simples que se abrem na superfície epitelial que reveste a luz do útero e cuja abertura mais profunda quase alcança o miométrio.

As glândulas são constituídas por epitélio cilíndrico semelhante ao que reveste a cavidade do útero. Algumas das glândulas se dicotomizam em suas porções mais profundas. É de utilidade descrever-se o endométrio como consistindo de duas camadas principais: uma camada superficial, espessa, denominada camada funcional, e uma profunda, delgada, denominada camada basal.

A camada funcional do endométrio do útero é assim denominada porque sofre grandes modificações durante o ciclo menstrual. De fato, no momento da menstruação, é quase que totalmente eliminada. O caráter da camada basal não se modifica de modo acentuado durante o ciclo menstrual. Persiste na menstruação para regenerar uma nova camada funcional, quando o fluxo menstrual cessa.

O endométrio durante o ciclo menstrual

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É de sabedoria popular que o ciclo menstrual dura aproximadamente 28 dias. Como se pode imaginar, tal número não é constante. Pode haver variação de poucos dias para mais ou para menos, isto é, mais ou menos longo.

Além disso, a duração do cicio pode variar no mesmo indivíduo uma vez por outra. A norma é contar os dias do ciclo a partir do primeiro dia da menstruação. Mais comumente, a menstruação dura quatro dias, mas é usual durar três ou cinco dias. Admite-se, em geral, que em cada ciclo menstrual o endométrio passa por diferentes fases. Por exemplo, o endométrio do primeiro ao quarto dia é dito estar em fase menstrual.

Do quarto dia até um ou dois dias depois da ovulação, o endométrio do útero está em fase estrogênica, proliferativa, de reparação ou folicular. Durante este período, aumenta desde pouco menos de um milímetro até dois ou três milímetros em espessura.

Crescimento do endométrio

O crescimento do endométrio do útero durante este período é estimulado pelo estrogênio, que vai sendo secretado pelo ovário à medida que o folículo amadurece e se aproxima da superfície (donde os termos de fase estrogênica e folicular).

Após a ovulação, o corpo lúteo que se desenvolve necessita de um ou dois dias para secretar progesterona quantidade para afetar o endométrio. Daí, a fase estrogênica poder alcançar até um ou dois dias após a ovulação. O último dia da fase estrogênica do útero não pode ser determinado com exatidão, devido à variabilidade do momento da ovulação.

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