Rins – função e anatomia do rim humano

Os rins são órgãos em forma de feijão, localizados na parte superior da parede posterior da cavidade abdominal. Sua principal função é a de eliminar do sangue substâncias que constituem resíduos não aproveitáveis pelo organismo, através da formação da urina.

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Função dos rins

O metabolismo alimentar, pelas células do corpo, produz não somente energia como, também, muitos resíduos. Estas substâncias saem das células através do fluido tecidual e caem na corrente sanguínea. Desta, um resíduo importante, o dióxido de carbono sobe, por assim dizer, para ser expelido pelos pulmões.

Outros resíduos, particularmente aqueles que resultam do metabolismo proteico não são eliminados tão facilmente; em verdade, para serem expulsos o corpo é provido de dois órgãos semelhantes e especialmente construídos, de tamanho substancial – os rins – através dos quais mais de um quinto do sangue total corpóreo circula em cada minuto.



Os rins são os canais através dos quais são eliminados 40 a 60% da água que sai do organismo (o restante é eliminado principalmente por evaporação na respiração e na transpiração). Esses órgãos separam e incorporam à urina os resíduos da digestão, principalmente de proteínas, isto é, substâncias existentes no sangue que se formam continuamente como resultado da atividade normal do organismo.

Os rins também ajudam a conservar um bom equilíbrio entre as condições ácidas e alcalinas dos tecidos, removendo o excesso de um e outro tipo de substâncias. A preservação de uma leve alcalinidade nos tecidos e no sangue é essencial à vida. Os rins mantêm, além disso, a relação necessária entre o sal e a água no organismo.

Estrutura e funcionamento dos rins

A estrutura e o funcionamento dos rins são únicos, especialmente pela quantidade de trabalho praticamente continuo que realizam numa área tão pequena. Embora cada rim meça apenas cerca de 10x5x2,5 cm, passam através deles, de acordo com certos cálculos, mais de 600 litros de sangue em 24 horas.



A maior parte desse sangue continua seu caminho sem ser afetada, mas cerca de 10% dela, ou seja, 60 litros ou mais, é retirada seletivamente pelos rins à medida que passa. A excreção de um volume tão grande de líquido pela urina esgotaria drasticamente as provisões do corpo; por esse motivo, a maior parte desses 60 litros é reabsorvida pelo sangue ao passar por outra porção dos rins.

Juntamente com ele os aminoácidos, as proteínas, os açúcares e cloretos são também reabsorvidos. Cerca de 3%, ou seja 1 litro e meio, é finalmente eliminado como urina.

Esta contém todas as substâncias rejeitadas: em primeiro lugar, os resultados da separação das proteínas em seus elementos: ureia, ácido úrico e creatinina, que o organismo deve retirar do sangue. O aparelho que realiza tarefa tão difícil é, em certo sentido, um feixe de pequenos tubos e filtros recoletores. Em cada um dos rins existem aproximadamente 1.200.000 tubos desse tipo, chamados bacinetes.



Cada um tem aproximadamente 5 cm de comprimento; portanto, o comprimento total, numa pessoa comum, se fossem colocados uns a seguir aos outros, estaria entre 80 e 160 km. Ligado a cada bacinete, encontra-se um filtro diminuto formado por pequenas câmaras nas quais encontram-se pequeníssimos vasos sanguíneos, os glomérulos, que realizam a filtragem.

Esses vasos sanguíneos têm diâmetro de apenas 0,1 cm de milímetro e totalizam, talvez, 2,5 cm de comprimento dentro de cada câmara de filtração. Ainda assim, existem tantos, que a superfície total disponível para filtração nos rins é de aproximadamente 1,4 m².

Anatomia dos rins

Os rins, situados na parte posterior do abdome, na região lombar, um de cada lado da coluna vertebral, são constituídos essencialmente por dois sistemas de canais que se põem em íntimo contato.

Por um lado, um ramo do aparelho circulatório sanguíneo, que parte das artérias renais, divide-se sucessivamente até formar os capilares glomerulares e peritubulares, os quais, retinindo-se de novo, constituem ao final as veias renais.  Por outro lado, um segundo sistema de tubos se inicia nas chamadas cápsulas de Bowman, espécie de fundos de saco alargados que localizam-se no córtex dos rins.

A cápsula de Bowman se continua por um longo e sinuoso túbulo renal em que se distinguem três partes: o túbulo proximal, a alça de Henle e o túbulo distal; a alça de Henle é uma porção mais delgada e sem sinuosidades que penetra radialmente na zona medular dos rins e volta ao córtex. Chama-se néfron ao conjunto formado por uma cápsula de Bowman e túbulo renal.

Os néfrons desembocam nos tubos coletores, os quais se reúnem em canais cada vez mais grossos que vão constituir as pirâmides renais; os tubos de cada pirâmide se reúnem no canal de Belini, que verte seu conteúdo num dos cálices e bacinetes, e estes, na pelve renal.

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Cápsula de Bowman (anatomia)

Para compreender o funcionamento dos rins é da maior importância prestar atenção ao detalhe das relações entre os vasos sanguíneos e os tubos renais. Das artérias inter lobulares, que se dirigem para a periferia dos rins, partem numerosos ramos laterais, as arteríolas aferentes, que penetram nas cápsulas de Bowman e se transformam numa massa capilar chamada glomérulo; estes capilares se juntam novamente, ainda dentro da cápsula, constituindo não uma vênula, mas sim outra arteríola, a arteríola eferente, que volta a capilarizar-se ao redor dos túbulos dos rins (renais).



A cápsula de Bowman, com seu glomérulo incluído, recebe o nome de corpúsculo de Malpighi. Duas camadas de células separam e sangue da luz dos túbulos renais: o endotélio capilar e o epitélio dos túbulos, que é pavimentoso na cápsula e cúbico com expansões citoplasmáticas lembrando uma escova nos túbulos. Através desta dupla barreira filtram-se determinados componentes do plasma sanguíneo e se produzem os complexos fenômenos que levam à elaboração da urina.

Eliminação da urina

Nos rins, os resíduos são eliminados continuamente do sangue e são concentrados num líquido denominado urina, que é conduzido para fora de cada rim por um tubo chamado ureter, o qual termina na bexiga urinária.eliminação-a-urina

Nesta, a urina pode ser acumulada de modo a ser evacuada do corpo, periodicamente e à vontade, através de tubo único, a uretra. Os dois rins, os dois ureteres, a bexiga urinária e a uretra constituem o sistema urinário.

A pelve renal continua pelo ureter, comprido tubo formado por músculo liso e um epitélio mucoso, que vai dos rins até a bexiga urinária, situada na região pélvica do abdome. Os ureteres desembocam na parte posterior e inferior da bexiga. A urina é forçada a entrar na bexiga com a ajuda das contrações peristálticas dos ureteres.

A bexiga urinária é um órgão oco constituído essencialmente por músculo liso; este músculo se relaxa à medida que aumenta seu conteúdo, dentro de certo limite, de modo que há pouco aumento da pressão intravesical até alcançado um determinado volume.

Da bexiga urinária sai a uretra, um canal que se comunica com o exterior e que possui em seu início, à saída da bexiga, dois esfíncteres cujo estado de contração ou relaxamento regulariza a descarga de urina.

Outras funções dos rins

Todavia, deve ser salientado que os rins desempenham outras funções muito importantes além daquela de libertar o corpo dos resíduos do metabolismo. Por exemplo, eles podem fazer variar a quantidade de água que é perdida pelo corpo na urina.

Em consequência, os rins possuem papel muito importante na regulação do equilíbrio de líquido do corpo. Do mesmo modo, os rins podem fazer variar os teores e as espécies de eletrólitos que são eliminados do corpo na urina; assim, eles cooperam na manutenção de um equilíbrio salino adequado no sangue e no líquido tecidual.

Os rins, além de eliminarem os resíduos, atuam de muitos modos para manter um meio líquido no corpo que seja conveniente para a vida das células. Para manter este meio deve ser entendido que os rins funcionam não só para eliminar substâncias supérfluas e residuais do sangue mas, também, para conservar líquidos e ou substâncias dissolvidas que são necessárias para manter um adequado equilíbrio na corrente sanguínea.

Mal funcionamento dos rins

Os rins podem ser atacados por várias anormalidades, algumas das quais bastante sérias. Felizmente, entretanto, um dos rins apenas é capaz de realizar todas as funções dos dois, no caso de um estar incapacitado e ter de ser removido.

Para saber mais sobre enfermidades relacionadas aos rins, sugerimos uma visita ao site da Sociedade Brasileira de Nefrologia para maior aprofundamento.

 

Rim humano – função dos rins